domingo, 31 de maio de 2009

Rentabilidade Líquida: descubra quanto entra no seu bolso

Rentabilidade Líquida: descubra quanto entra no seu bolso


Você leu primeiro aqui, no blog De Olho no Dinheiro, em 08 de fevereiro, que a caderneta de poupança voltava a ser um investimento atraente. Três meses mais tarde, em 15 de maio, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega anunciou alterações nas regras de tributação dessa aplicação. Coincidência? Com certeza não! Você que confiou seu suado dinheirinho na nossa recomendação ganhou mais! Confira a tabela abaixo:

Tabela 1: Recurso aplicados de 08 de fevereiro a 30 de junho de 2009



Observe que a Caderneta de Poupança apresentou o rendimento líquido anual mais que 1% maior que os fundos. Essa é taxa que interessa ao investidor, uma vez que representa o dinheiro que entra no seu bolso. A diferença acontece devido às altas taxas de administração cobradas pelos fundos, tipicamente de 4% ao ano sobre o total investido, e ao imposto de renda de 22,5% sobre o rendimento obtido em aplicações por prazos mais curtos que 6 meses. Se você investiu em fundos DI com taxas de administração maiores que 1,8% ao ano ou fundos de renda fixa com taxas de administração superiores a 2,5% ao ano, obteve rentabilidade inferior à Caderneta de Poupança para o período de 08 de fevereiro à 30 de junho.

Para aqueles que utilizam as tabelas de rentabilidade dos fundos de investimentos fornecidas pelos bancos, uma dica: os números fornecidos por elas estão maiores porque não mostram o desconto do imposto de renda que incide sobre sua aplicação. Faça o teste! Calcule você mesmo a rentabilidade do seu investimento. Basta utilizar a fórmula abaixo:

Rendimento líquido ao período = ((Saldo final) / (Saldo inicial) - 1)* (100% - 22,50%)

Os 22,50% referem-se ao imposto de renda para aplicações por prazos inferiores a 6 meses. Para prazos maiores, os valores são os seguintes:

6 a 12 meses: 20%
12 a 24 meses: 17,5%
maiores que 24 meses: 15%

Sugiro que o resultado obtido, ou seja, o r
endimento líquido ao período, seja ainda convertido em taxa anual. Esse é o formato padrão utilizado para comparação de diferentes investimentos. Utilize a seguinte fórmula:

Rendimento líquido ao ano = (1+ Rendimento líquido ao período) ^ ((252) / (número de dias utéis do período da aplicação)) -1

O número 252 é o número de dias úteis no período de um ano.

E não espere que seu gerente lhe ensine esse método. Muitos deles nem sabem que essa é a forma correta de calcular a rentabilidade de aplicações financeiras. O que fazem, geralmente, é multiplicar a taxa mensal por 12 para obter a taxa anual. Está incorreto!
Sugiro que refaça os cálculos descritos mensalmente e que mantenha sua própria tabela de rentabilidade. Fique de olho no dinheiro!


Considerações importantes:
1. A rentabilidade para a poupança foi obtida do CMA, via site G1 (http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,RMM0-9356-1,00.html) e do Portal Brasil (http://www.portalbrasil.net/poupanca.htm)
2. As taxas mensais foram calculadas considerando-se 21 dias úteis por mês.
3. O valor referente aos custos com taxa de administração foi calculado considerando o valor médio entre o montante incial e o final, utilizando-se 252 dias úteis.
4. A taxa DI considerada foi igual à Selic, de 12,75% ao ano em fevereiro a 9,75% ao ano em junho, reduzida conforme publicada pelo COPOM do Banco Central. Está superestimada, pois os bancos não pagam 100% do CDI e esse ainda é ligeiramente menor que a taxa Selic.
5. A rentabilidade do fundo DI também foi superestimada ao considerar que a taxa de administração incidirá apenas ao final do período de aplicação. Essa premissa não é verdadeira, uma vez que os valores referentes à mesma são debitados diariamente.
6. A rentabilidade do fundo de renda fixa foi considerada igual a LTN010110 em 12/02/2009, de 11,69% ao ano.

domingo, 5 de abril de 2009

Pague suas dívidas desembolsando menos

Pague suas dívidas desembolsando menos


Responda rapidamente: Você pagaria R$20 por uma nota de R$10? Colocada dessa maneira, a operação é obviamente prejudicial para o investidor. Se, mesmo assim, você respondeu que sim, aposto que está endividado!


Acredito que a grande maioria dos leitores dê muito valor ao seu suado dinheirinho e poucos seriam aqueles que fechariam o negócio proposto acima. O problema é que esse fato é plenamente conhecido pelas instituições financeiras e as de varejo, que formulam a mesma proposta de forma diferente: “Por que você não pega R$10,00 hoje e só paga R$1,00 por mês por eles?”


O resultado dessa abordagem tentadora e da impressão causada pelas pequenas parcelas oferecidas é o acúmulo de diversos financiamentos pelo consumidor. Essa prática faz com que a dívida do trabalhador brasileiro corresponda hoje a 10 meses de seu salário. (1) Em 2004, a dívida correspondia apenas a 5,9 meses de salário, crescimento de aproximadamente 70% em quatro anos. Se você faz parte dessa estatística, não se desespere! Siga as dicas abaixo e livre-se de suas dívidas:


1. Calcule os juros dos seus empréstimos e financiamentos. Geralmente, as taxas informadas pelo vendedor ou pelo gerente não representam o custo total da operação. Outros impostos e taxas como o IOF e a TAC, imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos e valores mobiliários e taxa de abertura de crédito, respectivamente, entre outras, estão embutidas nas parcelas. Pergunte sobre o CET, Custo Efetivo Total. (2)


2. Conheça as taxas disponíveis no mercado. O Banco Central do Brasil publica em seu site (http://www.bcb.gov.br/?TXJUROS) as taxas oferecidas pelos bancos. Compare os juros divulgados no ranking com o CET pago por você.


3. Renegocie o pagamento da dívida. Procure a instituição credora e proponha um desconto para quitar o saldo devedor. É pouco provável que consiga uma redução significativa, mas vale à pena tentar. Caso receba como contraproposta um novo parcelamento, não se esqueça de perguntar sobre a nova CET. Se ela for maior que a anterior, não aceite.


4. Cancele seus cartões de crédito e seu cheque especial. Essas modalidades de crédito têm juros altíssimos, geralmente maiores que 10% ao mês. Isso significa dizer que o consumidor perde com o uso desses mecanismos, em apenas um mês, mais que ganharia em um ano de aplicação na caderneta de poupança. Importante! Você pode cancelar o seu cartão de crédito e o seu cheque especial mesmo sem quitar os valores que deve.


5. Liquide suas aplicações. Só faz sentido manter dinheiro investido e pagar juros de dívidas se o rendimento da aplicação for maior que a CET do dinheiro tomado emprestado. Geralmente, ocorre o contrário. Parece óbvio, mas a experiência mostra que é comum encontrar muitos devedores que têm, sim, dinheiro aplicado. Saque os seus recurso e utilize-os para quitar suas dívidas o quanto antes.


6. Troque sua dívida por outra mais barata. O mercado oferece várias modalidades de crédito, cada uma delas com juros em patamares diferentes. A mais barata é o crédito consignado, quando as prestações são descontadas em folha de pagamento, seguida pelo crédito pessoal e, só então, pelas opções mais caras, cheque especial e rotativo de cartão de crédito. Após calcular o valor devido, procure primeiramente as cooperativas de crédito de sua classe ou da empresa em que trabalha. Elas costumam oferecer taxas mais baixas para seus associados (3). Utilize o dinheiro do novo empréstimo para quitar os antigos.


Atenção! Com a forte tendência de queda da taxa Selic, acompanhe de perto o ranking divulgado pelo Banco Central. A qualquer momento pode tornar-se interessante contrair um novo empréstimo para quitar financiamentos antigos, mesmo que você seja um devedor que tenha plenas condições de arcar com seus compromissos. Por que pagar mais caro? Fique de olho no dinheiro!



Considerações importantes:
(1) Os cálculos são do consultor para o sistema financeiro e economista pela Universidade de Brasília Humberto Veiga.
http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/11/23/divida_de_brasileiro_ja_e_de_10_salarios_2127991.html
(2) Aqueles que se interessarem pelo cálculo da CET de um empréstimo ou financiamento, podem enviar um e-mail para deolhonodinheiro@gmail.com que lhes enviarei uma planilha para fazer o cálculo correto.
(3) Veja a matéria sobre cooperativas de crédito veiculada no Jornal Nacional http://www.youtube.com/watch?v=Qo7GGyC11T0&feature=player_embedded

sábado, 7 de março de 2009

Fundos de ações: Como recuperar-se do prejuízo

Fundos de ações: Como recuperar-se do prejuízo


Até 2008, muitos investidores arriscaram seu suado dinheirinho em fundos de ações. Hoje, amargam perdas de até 50% do valor investido. Curioso é que poucos deles pensam em sacar o saldo que ainda lhes resta. Dizem que assim assumiriam o prejuízo e preferem, então, manter a aplicação a espera de um valorização no longo prazo. Má notícia: se o dinheiro estiver em fundos de uma única empresa, como os fundos Vale ou Petrobras oferecidos pelos bancos, será mais difícil recuperar o valor perdido.
Algumas pessoas acreditam que os fundos de ações são mais seguros que as ações propriamente ditas. Estão enganadas! Os fundos de ações Vale ou Petrobrás têm o mesmo risco que as ações dessas empresas. Além disso, os fundos têm outras desvantagens, como:

1. Cotização no escuro (em D+1 para depósitos e saques)
2. Cobrança de taxa de administração
3. Menor liquidez (em D+4)
4. Cobrança de Imposto de Renda
5. Cobrança de IOF regressivo

Se você é um iniciante em investimentos, provavelmente não entendeu muito bem os pontos citados acima. Não se preocupe! A maioria das pessoas que investe em fundos de ações também não está ciente dessas desvantagens. Entre outras razões, elas aplicam nesses tipos de fundos por desconhecerem as opções de operação diretamente com corretoras, conhecidas como “homebroker”, ou, simplesmente, pela facilidade oferecida pelos bancos em se começar a investir. Afinal, basta apenas um clique, não é mesmo? Portanto, cuidado! O custo dessa prática é alto, proporciona rendimento menor e assim dificulta a recuperação de suas perdas. Para ilustrar, considere o exemplo a seguir:

Investindo diretamente em ações
Em 04/02/2009, compro 100 ações da Petrobras (PETR4), ao preço de R$25,70 cada e invisto R$2.570,00. Considere que o custo da operação seja de R$16,00, o que chamaremos de corretagem. O investimento inicial será então de R$2.570,00 + R$16,00 = R$2.586,00.
Aproximadamente um mês depois, em 04/03/2009, decido vender todas as 100 ações. A cotação de fechamento dos papéis na data é de R$26,37 cada. Receberia um total de R$2.637,00, dos quais serão deduzidos os custos com corretagem, também de R$16,00 na venda. O resultado é em um saldo final de R$2.637,00 - R$16,00 = R$2.621,00. Note que esse já é meu saldo líquido. Não foi cobrado Imposto de Renda, uma vez que movimentações com ações de até R$20.000,00 em um mês são isentas de IR. Também não foi paga custódia, taxa que as corretoras cobram mensalmente para manter os papéis do investidor, uma vez que algumas delas oferecem esse serviço de graça.
O ganho com a operação foi de R$35,00 e o rendimento de 1,35% ao mês. Todo o dinheiro, R$2.621,00 estaria disponível na minha conta em D+3, em 09/03/2009, três dias úteis após a venda.

Investindo no fundo de ações Petrobras oferecido pelos bancos
O raciocínio é similar ao utilizado acima, porém, no caso do fundo, não sei no ato quantas ações comprarei (1), nem mesmo qual será o preço de compra das mesmas. Consideremos o mesmo investimento inicial, de R$2.586,00 em 04/02/2009. O meu dinheiro só será transformado em ações, que, no caso dos fundos, são chamadas de quotas, no final do dia seguinte, ao preço de fechamento das mesmas em 05/02/2009, que foi de R$26,00 cada. Note que já saí perdendo, pois só consegui comprar R$2.586,00 / R$26,00 = 99,46 ações. Parece irrisória, mas essa diferença pode ser muito maior, uma vez que invisto às cegas.
Aproximadamente um mês depois, em 04/03/2009, decido sacar o dinheiro do fundo. Novamente, o valor a receber será calculado pelo preço das ações no fechamento do mercado em D+1, ou seja, em 05/03/2006. Coincidentemente, o preço das ações da Petrobrás na data foi de R$26,00 cada. Receberia os mesmos R$2.586, resultantes do produto das 99,46 ações pelo seu preço unitário de R$26,00. Excelente! - pensaria o leitor mais afoito – Não é cobrada taxa de corretagem. Afirmação correta, porém precipitada. Os bancos costumam cobrar taxas de administração (2) de até 5% sobre o valor total do investimento. Devo ser redundante e enfatizar que a taxa é cobrada sobre o valor total que tenho depositado no fundo e não sobre os rendimentos. É aí que está a dificuldade em recuperar-se as perdas! No exemplo, seriam debitados da minha conta, em média, R$0,36 ao dia, que totalizariam R$10,06 em um mês. O saldo final da aplicação é de R$2.586 - R$10,06 = R$2.575,94.
Resumindo, a mesma operação em fundos deu um “ganho” de -R$10,06 e rendimento de -0,39% ao mês, ou seja, tive prejuízo! Além disso, o dinheiro só estará disponível na minha conta em D+4, em 10/03/2009, quatro dias úteis após a venda (3), um dia depois da operação com ações.

Vale citar que as cotações utilizadas (4) em ambos os exemplos são reais e os rendimentos apurados seriam exatamente os mesmos na prática, de +1,35% ao mês, aplicando em ações PETR4, e de -0,39% ao mês, investindo em fundos de ações, o que resulta em uma diferença de R$45,06 a favor das ações. Perceba que a cotação de compra e venda no fundo é a mesma. Agora imagine que, após um ano, ao invés de um mês, o valor da ação continue igual ao preço de compra. Com a taxa de administração de 5%, eu pagaria ao banco 365 dias x R$0,36 = R$131,10, ao invés de R$10,06. Meu saldo final seria, então, de R$2.586 - R$131,10 = R$2.454,90. Na corretora, meu saldo final seria de 100 ações x R$26,00 – R$16 de corretagem = R$2.584,00. Note que os fundos já perdem para as ações por R$2.584,00 - R$2.454,90 = R$129,10.

Conclusão, devido à cobrança da taxa de administração, a perda nos fundos agrava-se à medida que o tempo passa, enquanto, na corretora, o custo é fixo. Quanto mais tempo você ficar nos fundos, mais demorará para recuperar o que perdeu. Portanto, mude o quanto antes. Para investir em ações, basta fazer seu cadastro em uma corretora. Mas fique atento! Algumas delas cobram para custodiar suas ações. Dê preferência àquelas cuja taxa de custódia é zero. Verifique também o valor das taxas de corretagens. Enquanto algumas cobram um percentual de 0,5% a 2% do valor investido, outras cobram valores fixos, que podem chegar a apenas R$5,00 por negociação.

Vale lembrar que nem todos os fundos de ações são ruins. Aqueles compostos por diversas ações podem apresentar boa rentabilidade. Mas lembre-se: a taxa de administração pode reduzir significantemente os ganhos. Esteja atento também para a cobrança de taxa de performance. Alguns fundos cobram um percentual quando atingem rendimentos acima de referencial combinado, como, por exemplo, 20% dos ganhos obtidos acima do índice Bovespa. Faça suas contas e fique de olho no dinheiro!



Considerações importantes:
(1) Desvantagem citada número 1, chamada de cotização no escuro ou cotização às cegas
(2) Desvantagem citada número 2
(3) Desvantagem citada número 3
(4) Fonte das cotações utilizadas: site Infomoney (
www.infomoney.com.br)

domingo, 8 de fevereiro de 2009

A caderneta de poupança voltou a ser um bom negócio

A caderneta de poupança voltou a ser um bom negócio



Onde você investiria seu dinheiro hoje? Com a retomada dos cortes da taxa Selic pelo Banco Central, o mais tradicional dos investimentos, a caderneta de poupança, volta a oferecer uma rentabilidade atraente. Mas não espere que seu gerente te dê essa notícia! Entenda o porquê.

Os fundos pós e pré-fixados, mais conhecidos como fundos DI e renda fixa, respectivamente, são oferecidos pelos bancos como a melhor alternativa para fazer render seu suado dinheirinho. O que o seu gerente conta para você:
1. Os fundos sempre renderão mais que a poupança.
2. Você nunca perderá dinheiro aplicando em fundos DI ou renda fixa.
3. Nos fundos, seu dinheiro rende todos os dias, na poupança não.
4. Você pode sacar seu dinheiro sempre que quiser.
5. Se os juros caírem, aplique em fundos renda fixa, se subirem, em fundos DI.

O que seu gerente não conta para você (até porque, se contasse, você provavelmente não investiria com ele):
1. O banco cobra altas taxas de administração quando você aplica nos fundos.
2. Você pode sim perder dinheiro nos fundos renda fixa.
3. Se você investir nos fundos, paga imposto de renda, na poupança não.
4. Se precisar sacar seu dinheiro em menos de 30 dias, pagará mais impostos.
5. Os gerentes têm metas e bônus que os estimulam vender fundos para você.

Veja um exemplo numérico que contesta o argumento número um dos gerentes: “Os fundos sempre renderão mais que a poupança”. Suponha que você aplique R$1.000,00 na caderneta de poupança, com a mesma rentabilidade obtida em 06 de fevereiro de 2009, de 0,755% ao mês. Em 06 de março, você teria:

R$1.000,00 + 0,755% x R$1.000,00 = R$1.007,55

Como não há incidência de impostos ou taxas sobre a caderneta de poupança, esse valor é todo seu! O ganho parece pequeno, mas veja agora quanto ganharia no fundo DI, com taxa de 12,75% ao ano, ou 1,005% ao mês:

R$1.000,00 + 1,005% x R$1.000,00 = R$1.010,05

Esse não é o valor que você leva para casa! Antes é preciso pagar a taxa de administração cobrada pelo banco. Para valores pequenos, como o nosso caso, a taxa típica é de 4% ao ano. Atenção! Ela é cobrada sobre o valor total aplicado! Isso mesmo, incide sobre o saldo, não sobre o rendimento! Logo, após um mês, você deverá ao banco a quantia aproximada de R$3,35. Seu saldo agora será:

R$ 1.010,05 – R$3,35 = R$1.006,70

Esse é o valor que você leva para casa, correto? Errado! Falta ainda pagar o imposto de renda. Esse sim incide apenas sobre o rendimento e, para períodos de aplicação menores que 6 meses, corresponde a 22,5% ao ano ou 1,71% ao mês. Seu saldo final será:

R$1.006,70 – 1,71% x (R$1.006,70 – R$1.000,00) = R$1.006,59

Esse é o valor final da sua aplicação, ou seja, você receberá 0,96 centavos a menos que na caderneta de poupança! Você pode estar pensando: “Essa diferença é tão pequena que não paga nem o tempo que gastei para ler esse artigo!” Considere, então, que sua aplicação seja de R$10.000,00 por 6 meses. A diferença agora subiria para R$56,19.

Raciocínio semelhante pode ser feito para os fundos pré-fixados ou renda fixa. A rentabilidade dessa aplicação, hoje, seria de 11% ao ano, ou 0,873% ao mês, e a diferença dos R$10.000 após 6 mês de aplicação seria de R$136,69, perdendo para a poupança por mais que o dobro que o fundo DI.

Portanto, não confie naquela conhecida tabela de rentabilidades que seu gerente lhe apresenta. Ela não reflete a tendência atual de queda dos juros e não inclui os descontos do imposto de renda. Muitos podem dizer que sim ou que não, mas a resposta certa é que, com as altas taxas de administração cobradas pelos bancos, a caderneta de poupança tornou-se uma aplicação mais rentável que os fundos DI e renda fixa.
Fique de olho no dinheiro!

Considerações importantes:
1. A rentabilidade para a poupança foi obtida do CMA, via site G1 (
http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,RMM0-9356-1,00.html)
2. A taxa ao mês para fevereiro foi superestimada, considerados 21 dias úteis.
3. O valor referente aos custos com taxa de administração foi calculado considerando o valor médio entre o montante incial e o final, também superestimado para fevereiro, utilizado-se 30 dias corridos.
4. A taxa DI considerada foi de 12,75% a.a, novamente superestimada, pois os bancos não pagam 100% do CDI e esse ainda é ligeiramente menor que a taxa Selic.
5. A rentabilidade do fundo DI também foi superestimada ao considerar que a taxa de administração incidirá apenas ao final do período de aplicação. Essa premissa não é verdadeira, uma vez que os valores referentes à mesma são debitados diariamente.